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O tabu escondido no planejamento financeiro


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Falar de sucessão ainda soa desconfortável, mas o silêncio tem custo alto


Planejamento patrimonial costuma ser confundido com algo muito mais simples: montar e manter uma carteira de investimentos. Como se bastasse escolher ações, fundos e títulos para que o futuro estivesse resolvido. Mas investir é apenas uma parte de um mosaico maior.

 

O verdadeiro planejamento patrimonial envolve prever aposentadoria, planejar grandes gastos como a compra de imóveis, organizar a sucessão e, sobretudo, responder a uma questão incômoda: e se tudo der errado, e simplesmente não estivermos mais aqui?

 

Como lembrava Sêneca, "a vida é suficientemente longa, se bem aproveitada". O problema é que quase ninguém aproveita o tempo para se preparar para a própria ausência. Esse tema ainda é tratado como tabu. Falar de morte e sucessão soa tão constrangedor quanto, para muitos pais, falar de sexo com os filhos: todos sabem que precisa ser dito, mas quase ninguém tem coragem de iniciar a conversa.

 

E assim, muitos preferem desdenhar. Dizem que não se interessam por seguro, sucessão ou proteção patrimonial. O que estará por trás dessa indiferença? Será que acreditam que a ausência deles não fará diferença para a família? Que cada um deve se virar sozinho? Ou que o patrimônio foi construído apenas para si, e que se algo sobrar —mesmo com impostos e anos de inventário— a família deveria agradecer? 

 

É difícil imaginar que seja isso que realmente pensam. O mais provável é que se trate de um mecanismo de defesa. Afinal, encarar a própria ausência exige reconhecer a vulnerabilidade. Só que ignorar não elimina o problema, apenas transfere para os herdeiros. Planejar sucessão e proteção patrimonial é justamente transformar essa vulnerabilidade em responsabilidade.

 

A verdade é que passamos boa parte da vida acreditando que controlamos tudo: carreira, rendimentos, patrimônio. Só que basta um imprevisto para percebermos como esse controle é frágil. Planejar não é uma questão de otimismo ou pessimismo, mas de aceitar que a vida tem variáveis que fogem ao nosso alcance. É justamente essa consciência que diferencia quem apenas acumula patrimônio de quem garante a continuidade do que construiu.

 

Planejamento patrimonial não é pessimismo. É maturidade. Assim como ninguém constrói uma casa pensando apenas nos dias de sol, também não faz sentido organizar a vida financeira considerando apenas o cenário ideal. A função do planejamento é proteger, investir e blindar. É garantir que o esforço de anos não se perca em burocracia, impostos excessivos ou conflitos familiares.

 

Falar de sucessão não deveria ser tabu. Deveria ser sinal de cuidado. No fim, planejamento financeiro não é apenas sobre quanto temos hoje, mas sobre a tranquilidade que deixaremos amanhã. Planejar não é falar de morte, é falar de futuro. O seu e o da sua família.


Fonte: Folha de São Paulo

Imagem: Freepik

 
 
 

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